HABEMUS PAPAM!!
É com grande alegria e júbilo no Senhor que nós, Igreja
Católica Apostólica Romana, acolhemos o Sumo Pontífice, Papa Francisco. Aos 76
anos, o até então Sr. Cardeal Jorge Mario Bergoglio aceitou o chamado à
sucessão de Pedro e ao desafio do comando de um redil de mais de 1 bilhão e 200
milhões de fiéis. E nossa Igreja está em festa! Após 12 dias de Sé Vacante, eis
que “HABEMUS PAPAM”! O mundo parou
para acompanhar os dias de conclave e, principalmente, o anúncio do sucessor do
nosso amado Bento XVI, que, aliás, deixa um legado rico e importantíssimo para
nós, Corpo Místico do Senhor e que, com toda certeza, terá a sua continuidade
com e no pontificado do nosso também já amado Francisco. A emoção da escolha e da apresentação para o planeta do novo
Papa foi como emoção de final de copa do mundo quando o seu país está na
disputa pelo título.
Eu, ao contrário dos meus irmãos seminaristas, acompanhei
toda esta repercussão da rua e foi exatamente esta a sensação que tive - o
mundo parou diante da TV e dos demais meios de comunicação. Em todas as
calçadas, pessoas se aglomeravam diante de um aparelho de TV sintonizado no
Vaticano. Quando, enfim, saiu a fumaça branca da chaminé da Capela Sistina, aquela
breve sensação de orfandade que havia ficado caiu por terra! Já tínhamos um
Papa! Só nos restava conhecer o seu rosto e o nome adotado por ele. A
nacionalidade? Pouco importava! Afinal, somos todos chamados a habitar a
Jerusalém celeste, e para isso, o Senhor nos confiou um Pastor, um Santo
Pastor, que, antes de ser Argentino, descendente de italianos ou seja lá o que
for, é aquele que o Espírito Santo elegeu
dentre os 115 cardeais como o responsável pela condução da barca de Pedro!
Queridos, e que maravilha de pastor é este que a divina
providência nos alcançou! O mundo, ao conhecê-lo, já se encantou e impressionou
com sua visível santidade e humildade, exemplo daquele que melhor serve. Num de
seus primeiros pronunciamentos, na missa de encerramento do conclave, eis uma
de suas primeiras lições para nós, Igreja: Devemos “caminhar, edificar, confessar. ‘Caminhemos à luz do Senhor’ (Is 2, 5).
Caminhar sempre na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com
aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua
promessa. Edificar. Edificar a
Igreja. Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras
ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre
aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Terceiro, confessar. Podemos
caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não
confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio
caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não confessamos Jesus
Cristo, confessa-se o mundanismo do diabo.” Nestas palavras simples, mas
repletas da ação do Espírito Santo, já temos um dos apelos de Sua Santidade, o
qual nós o acolhemos como apelo do próprio Senhor para nós, para toda a Sua
Igreja, principalmente para nós que queremos, assim como este humilde exemplo
de pastor, conduzir de forma concreta e ministerial a grei de Deus aqui na
terra.
Amados, e
esta semana foi marcada pela missa inaugural de seu pontificado na solenidade
de São José, patrono de nossa Madre Igreja e padroeiro de muitos de nós, de
muitos de nossos seminários. O Papa Francisco escolheu esta data muito propícia
porque, além de ser a data da festa deste Santo guardião da Sagrada Família e
da Igreja de Cristo, é também sinal de como o próprio Sumo Pontífice vê,
entrega e consagra o seu Ministério Petrino na pessoa, no exemplo, na
disponibilidade e na missão inenarrável de São José para os rumos tomados pela
Igreja no decurso de toda a sua história. São José, nas palavras do Santo
Evangelho, “fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa” (Mt
1,24). Eu imagino aí o Papa vislumbrando a sua missão de Bispo de Roma,
obedecendo aos desígnios do Senhor, mesmo sem entender ou compreender bem o
tamanho e a proporção desta missão. Apenas encarando como um convite, ou,
claro, muito mais do que isto, uma intimação do Senhor Deus para ele: “aceite a
minha Igreja Universal como sua esposa, cumpre com a sua missão de Pai e a
guarde nos caminhos da fé”. São José reconheceu e acolheu com obediência, mas
mais do que isso, com amor o plano de Deus, que renderia a salvação a toda
humanidade. Irmãos, não quero me precipitar, mas acredito que nosso Papa
Francisco acolhe a Igreja Universal na tentativa e, tenho certeza, no já
profundo e incansável empenho de cuidar de toda ela, sobretudo dos mais
necessitados e desamparados pela vida, de uma forma geral e de não deixar que
as forças e investidas do mal a minem ainda mais, levando-a ao declínio e à
perdição, sobretudo dos seus valores mais basilares. Ele e nós acreditamos
naquilo que é promessa do Senhor: “Eis que estarei convosco até o fim dos
tempos, e as forças do inferno não prevalecerão sobre vós”. E é justamente por
conta desta crença que ele deu o seu sim, respondeu o eis-me aqui e adotou,
inclusive, o nome do santo que teve a visão de Cristo a chamá-lo a reconstruir
a Sua Igreja, e não simplesmente os espaços físicos, os templos, como ele
pensara, mas também e principalmente a Igreja Corpo Místico de Jesus. E
exatamente assim que, em tempos de crise, como sabemos, o Papa Francisco também
responde e quer corresponder ao chamado e apelo do Senhor para ele. E, para
tanto, ele não tem cansado de pedir nossas orações. Devemos, desta forma, em
todo momento, em todas as circunstâncias, dentro e fora de nossos grupos de oração,
nas igrejas, em nossas pastorais, juntos de todo o povo de Deus, nos unir a ele
e a Deus em súplicas constantes pelo seu Ministério, pelas reformas que a
Igreja precisa e por todos nós, para que, antes de pensarmos em tacar, ou
revidar àqueles que já estão apedrejando o Santo Padre, nos portar como o
Cristo que nos interpelou no Santo Evangelho do último domingo – ninguém possui
a perfeição em si, mas somos todos possuidores da misericórdia infinita do
Senhor e, quando com Ele e para Ele caminhamos, nossos passos já não somos mais
nós mesmos quem os damos, mas Nosso Pai vai conosco e nos conduz.
Santo Padre,
o Senhor mesmo é Quem o conduzirá, tenha certeza disso, como nós sabemos que a
tens, já que com grande amor e prontidão destes o seu sim a mais uma árdua,
mas, com certeza, frutífera e abençoada missão. Conte com nossas orações. Conte
com o apoio e a intercessão de todas estas suas ovelhas, carismáticas feito o
Senhor!
Salve Papa Francisco!
Sem. Willian Diniz
Arquidiocese do Rio de Janeiro
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